ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 13-08-2015.
Aos treze dias do mês de
agosto do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Adeli Sell,
Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Guilherme
Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum e Rodrigo Maroni. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Mario Manfro, Mônica
Leal, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e
Waldir Canal. À
MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 135/15 (Processo nº
1454/15), de autoria de Márcio Bins Ely. A
seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Sérgio Cardoso,
Presidente da Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí, que discorreu
sobre o Projeto Rio Limpo, desenvolvido na Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.
Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Mônica Leal, Lourdes
Sprenger, Adeli Sell, Elizandro Sabino, Rodrigo Maroni, Prof. Alex Fraga e
Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e um minutos às
quatorze horas e quarenta e dois minutos. Em prosseguimento, foi iniciado o período
de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do Requerimento nº 019/15 (Processo
nº 0566/15), de autoria de Kevin Krieger, a registrar o transcurso do centésimo
vigésimo aniversário da Fundação O Pão dos Pobres. Compuseram a Mesa: Paulo
Brum, presidindo os trabalhos; Albano Thiele, Diretor-Geral da Fundação O Pão
dos Pobres; Olir Facchinello, Diretor Administrativo da Fundação O Pão dos
Pobres; Cinara Dutra, Promotora da Infância e da Juventude de Porto Alegre;
João Rocha, Gerente Educacional da Fundação O Pão dos Pobres. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se Kevin Krieger. A seguir, o Presidente convidou Kevin Krieger a
proceder à entrega de diploma alusivo à presente solenidade a Albano Thiele,
concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem. Em seguida, foi
realizada uma apresentação musical por alunos da Fundação O Pão dos Pobres. Os trabalhos
foram suspensos das quinze horas e trinta e cinco minutos às quinze horas e
quarenta e um minutos. Em
continuidade, prosseguiu o período de COMUNICAÇÕES, também destinado, nos
termos do Requerimento nº 094/15 (Processo nº 1738/15), de autoria da Mesa
Diretora, a registrar o transcurso do octogésimo aniversário da Rádio
Farroupilha. Compuseram a Mesa: Paulo Brum, presidindo os trabalhos; Fabiana
Marcon, Diretora de Rádios do Grupo RBS; Gugu Streit, comunicador da Rádio
Farroupilha; e Elói Guimarães, Secretário Municipal de Administração,
representando o Executivo Municipal. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Cassio
Trogildo. A seguir, o Presidente convidou Cassio Trogildo a proceder à entrega,
a Fabiana Marcon, do Diploma alusivo à presente solenidade, concedendo a
palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem. Em seguida, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL
a Sofia Cavedon, que relatou sua participação, em Representação Externa deste
Legislativo, do dia sete ao dia doze de agosto do corrente, no Seminário
Mulheres Construindo o Direito à Cidade e a 5ª Marcha das Margaridas, em Natal
– RN – e Brasília – DF –, respectivamente. Após, por solicitação de Reginaldo
Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Ruth
Ferreira, falecida hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Fernanda
Melchionna, Airto Ferronato e João Bosco Vaz. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
011/15, os Projetos de Lei do Legislativo nos 104, 105, 110, 113,
116, 130, 136 e 146/15 e os Projetos de Resolução nos 028 e 029/15.
Às dezesseis horas e cinquenta e sete minutos, o Presidente declarou encerrados
os
trabalhos, convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos por Paulo Brum e Mauro Pinheiro e secretariados
por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de hoje terá a presença da
Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí que tratará de assunto
relativo à apresentação do Projeto Rio Limpo desenvolvido na Bacia Hidrográfica
do Rio Gravataí. O Sr. Sérgio Cardoso, representando a APNGV, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. SÉRGIO CARDOSO: Boa tarde a todos e a todas. Gostaria de
agradecer aos Vereadores que aprovaram a nossa vinda nesta Casa e falar um
pouquinho do projeto Rio Limpo que estamos desenvolvendo na Bacia Hidrográfica
do Rio Gravataí.
(Procede-se
à apresentação em PowerPoint.)
O SR. SÉRGIO CARDOSO: Atualmente, ocupo a presidência de uma
ONG chamada APNVG, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Gravataí e do Conselho de
Meio Ambiente de Gravataí. É nessa linha que gostaria de conversar rapidamente
com os senhores e senhoras nesta tarde. A entidade APNVG é uma ONG
ambientalista com 36 anos de existência. Nós nos formamos lá em 1979, e dessa
luta de 1979, em 1980, organizamos uma grande procissão ecológica. Na verdade
era uma procissão religiosa, porque quando os direitos não tinham muito espaço,
a única maneira de nos manifestarmos no que está sendo feito contra o rio era
através de processo religioso. Em 1980, fizemos a grande procissão religiosa em
Gravataí, com várias religiões, e nos manifestando, na época, com mais de 10
mil pessoas que não queríamos o que estava sendo feito no Banhado Grande, que
era em nome da dragagem para aumentar o plantio, como se aumentando o plantio
fôssemos resolver o problema de fome. Hoje a APNVG ocupa alguns espaços muito
importantes para nós, como nos Conselhos Municipais nos Municípios de Gravataí,
Cachoeirinha, Porto Alegre. Hoje ocupamos o Conselho de Meio Ambiente de Porto
Alegre, e faço um pedido a esta Casa: já faz dois meses que o Conselho de Meio
Ambiente de Porto Alegre não está se reunindo, e é importante que este
Conselho, que é o controle social, estivesse em plena atuação. Também ocupamos,
na verdade, a presidência do Comitê Gravataí e o Conselho da APA do Banhado
Grande, que é uma outra e grande luta que nós temos na região. Então, a nossa atuação
é na bacia hidrográfica do rio Gravataí, composta por oito Municípios. Esses
Municípios têm, na verdade, suas particularidades, mas que acabam tendo sua
economia, sua política social dependendo do rio Gravataí.
A
nossa luta também se dá dentro da APA do Banhado Grande, é uma luta que tem aí
já alguns anos, e é onde se preserva toda a nascente do rio Gravataí, uma
unidade de conservação estadual e que hoje sofre uma grande ameaça.
A
nossa sede própria do Município de Gravataí fica próxima à Igreja Matriz,
localizada na esquina da Brigada Militar. Essa sede é onde nós conseguimos hoje
desenvolver o projeto que eu vou falar para vocês hoje aqui.
O
nosso projeto é em torno da educação ambiental. Ele é financiado, patrocinado
pela Petrobras Ambiental. Desde 2014, estamos desenvolvendo esse projeto, o
qual busca trabalhar a consciência dos professores, das crianças, com foco na
educação ambiental e com o público-alvo bem diversificado, tanto da rede
escolar quanto da comunidade em geral. E o projeto trabalha, na verdade, nesta
questão do regional e do coletivo.
Trabalhamos
através de palestras, musicais, teatro; tentamos sensibilizar, na verdade, as
entidades para que possam se incorporar nesta luta, que é uma luta da minoria e
que é uma luta coletiva. Realizamos uma atividade no Município de Alvorada que
sofreu não pela falta de água, mas pelo excesso de água, mas, com certeza, pela
ocupação de um espaço que não poderia ter sido ocupado da maneira desregrada
como foi. Essas atividades, algumas vezes, têm adesão do Município; outras
vezes, nós trabalhamos dentro do Município mesmo sem adesão do Poder Executivo.
Nós
mandamos fazer uma maquete, como nós não temos ainda condições de levar as
crianças todas na beira do rio; essa é uma maquete que circula em todas as
escolas com as quais a gente trabalha. A participação das escolas é por adesão,
há uma adesão e, quando não há adesão, muitas vezes, a gente procura até por
indicação.
Alguns
dos instrumentos para nós fazermos o nosso trabalho: dois carros que nós temos,
um reboque para transportar a nossa maquete, que percorre a bacia hidrográfica
do Gravataí tentando convencer, sensibilizar e mobilizar uma comunidade com
responsabilidade sobre o rio Gravataí.
Esse
é o barco,
na verdade, que está sendo construído, a partir do segundo semestre deste ano,
provavelmente em setembro. É um barco escola, um barco catamarã, que pretende
fazer com que a comunidade se aproxime mais do Rio Gravataí. A parte de cima é
o modelo do barco; a parte de baixo é um barco similar com o que teremos no Rio
Gravataí, a partir de setembro, para podermos trabalhar com a comunidade.
Nesses 36 anos da entidade, compramos algumas
lutas, porque são lutas boas. Recentemente, em parceria com a Associação dos
Funcionários da Caixa, com autoria e comando do Alcy Cheuiche, conseguimos
lançar, em Gravataí, um livro de poesias sobre a questão da água. Quanto à
questão da privatização do serviço público de saneamento, também temos nos
engajado, enquanto entidade, nessa luta, porque entendemos que o controle da
água tem que ser público, e não privado.
Gostaria de pedir a atenção de todos, pois, na
verdade, é uma luta que não é de Porto Alegre, não é da Bacia Hidrográfica do
Rio Gravataí, mas do Rio Grande, que é proposta do Governo do Estado de
extinguir a Fundação Zoobotânica, acabando com esse patrimônio científico e
cultural que nós temos, hoje, sediado em Porto Alegre, mas que é um patrimônio
de todos os gaúchos. A gente já sabe que rumo tem uma sociedade que perde a sua
capacidade de desenvolver a ciência de pesquisa. Essa é a nossa luta, hoje, em
defesa da Fundação Zoobotânica, em defesa do Plano da APA do Banhado Grande,
que está sendo executado pela Fundação Zoobotânica, que pode paralisar toda a
economia do Vale do Gravataí, visto que esse processo está diretamente
relacionado com os licenciamentos ambientais nos Municípios da Bacia
Hidrográfica do Rio Gravataí.
Deixamos aqui o nosso contato, temos a nossa
página e o nosso Facebook. Para nós, é uma grande honra estar aqui, hoje, na
Câmara de Vereadores de Porto Alegre, tendo a oportunidade de divulgar esse
projeto, que, com certeza, nesta primeira fase, já ultrapassou os indicadores
que nós tínhamos como compromisso com a Petrobras – no momento em que tivermos
o barco catamarã no Rio Gravataí, com certeza, ultrapassará três ou quatro
vezes mais. Muito obrigado pela oportunidade! Gostaríamos de convidar o Sr.
Presidente e os Srs. Vereadores a visitarem a nossa sede, lá em Gravataí, a
visitarem o nosso projeto. Estamos à disposição, sempre que combinado, para receber todos vocês na
execução desse projeto, que muito nos orgulha, porque a nossa luta é da minoria
e é uma luta coletiva. Muito obrigado, boa tarde!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido o Sr. Sérgio Cardoso a compor a Mesa.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Presidente,
quero cumprimentar esse trabalho maravilhoso, em nome da Bancada Progressista –
Ver. Guilherme Socias Villela, Ver. Kevin Krieger, Ver. João Carlos Nedel –, e
quero chamar a atenção de que essa campanha é feita por estudantes. Isso é
extremamente importante não só porque eles aprenderão, como a gente sabe que é
uma forma de despertar os adultos, os pais, as famílias para a importância
desse trabalho, o projeto Rio Limpo. Parabéns, contem com o nosso apoio!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr.
Presidente, primeiramente, quero cumprimentar o geólogo, Sr. Sérgio Cardoso, em
nome da nossa Bancada. Eu nasci na Região, a conheço bem. Gostaria de saber
qual é o projeto prático para o Rio Gravataí, além do educacional, para
preservar esse rio e outros da Região, no Parque dos Anjos, que estão bem
poluídos?
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero
cumprimentar o meu amigo Sérgio Cardoso, com quem já tive o prazer de
compartilhar algumas boas peleias na questão dos resíduos sólidos do Rio Grande
do Sul. Quero parabenizar o trabalho de sua organização; parabenizar todo esse
voluntariado que trabalha em defesa do meio ambiente. Quando nós falamos do
Gravataí, estamos falando diretamente de Porto Alegre. Por isso, sempre digo
que não há solução de uma Cidade como Porto Alegre, que está dentro de uma
Região Metropolitana, sem ver o urbanismo de toda a região. Porque nós temos
cidades conturbadas, o rio atravessa vários espaços, várias cidades, se junta
aqui no nosso estuário, o Guaíba, e por isso que preservar a água limpa,
preservar as nascentes, cuidarmos que não haja despejo de resíduos em geral no
Gravataí, estamos também cuidando do Guaíba, estamos cuidando de Porto Alegre e estamos
olhando para as futuras gerações. Parabéns, Sérgio Cardoso, é um grande prazer
estar aqui e te encontrar novamente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELIZANDRO
SABINO:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, falo em nome dos colegas
Ver. Cassio Trogildo, do PTB; Ver. Casartelli e Ver. Paulo Brum. Presidente
Sérgio, receba a nossa palavra de apoio, e, ao mesmo tempo, de congratulação
pela presença maciça de todos que apoiam e também por todas as ações no sentido
de preservação. Toda a ação de profilaxia, toda a ação de prevenção, toda a
ação que vem na vanguarda, no protagonismo no que diz respeito ao meio ambiente
e à natureza é meritória e merece sempre o nosso apoio. Nesse sentido, nós
trazemos a palavra de parabenização pelo trabalho do Projeto Rio Limpo,
desenvolvido na Bacia Hidrográfica do rio Gravataí. E, neste sentido, receba a
nossa palavra de parabenização e também apoio. Nós, do PTB, Partido Trabalhista
Brasileiro, somos parceiros para todas as ações que envolvam a nossa natureza e
o nosso meio ambiente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RODRIGO
MARONI: Eu
quero fazer uma saudação especial ao Presidente Mauro Pinheiro, ao Sr. Sérgio
Cardoso, e fico muito contente em vê-lo com o colete. A imagem do colete
representa a preservação; as pessoas vinculadas à natureza. E eu achei que
acabou sendo uma coincidência muito importante e feliz, nesse mesmo dia,
estarem aqui as crianças da Fundação O Pão dos Pobres, neste mesmo momento em
que estamos discutindo um tema tão importante que é o meio ambiente. Cuidar do
meio ambiente e cuidar da natureza não é qualquer coisa. E eu tenho certeza de
que a única maneira que temos de construir uma perspectiva de um futuro melhor
é tratar com as crianças. Esse debate que tu trazes aqui tem que ser levado
para as escolas. A discussão tem que ser levada às escolas, para as pessoas
perceberem, nesse mundo, cada dia mais individualista, onde as pessoas não têm
tempo de raciocinar - essa é a verdade. O indivíduo sai de manhã, volta à
noite, do trabalho, tudo o que ele quer é tomar um banho, ver um pouco de TV e
dormir. Além disso, eu não tenho dúvida de que a espécie humana retrocede a
passos largos, e quem paga caro somos nós mesmos, o planeta, a natureza e o
meio ambiente. Eu, por exemplo, como protetor da causa animal, vejo diariamente
as consequências diretas disso. A natureza, os rios, as plantas, as florestas
são a representação direta das consequências disso. Então, parabéns pelo seu
trabalho. Inclusive, quero convidá-lo a vir ao meu gabinete para nós, daqui a
pouco, podermos combinar algumas palestras, orientações que possamos dar em
escolas. Temos de convidar, como orientador da Fundação, o Ver. Kevin - nosso
Líder, um cara que construiu dentro da Fundação O Pão dos Pobres –, para levar
esse debate. Só nesse local, podem ter 200 crianças que poderão, no futuro,
refletir e construir uma outra forma de se pensar o mundo. Parabéns a ti, e parabéns
a todas as pessoas que pensam no meio ambiente, na natureza.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA:
Boa tarde, eu gostaria de fazer uma saudação especial para ti, Sérgio. Como
biólogo, a questão da preservação do ambiente natural também é uma das minhas
bandeiras de luta. Eu também falo em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna. Como
Bancada do PSOL, nós temos uma preocupação, um zelo todo especial com relação
ao ambiente natural. Em todas as atitudes, em todas as instâncias em que houver
luta pela preservação de uma vida nativa e o seu ambiente, nós estaremos
engajados. Fico muito feliz que tu utilizaste este espaço também para destacar
a importância fundamental que a Fundação Zoobotânica tem no nosso Estado.
Segunda-feira passada nós protocolamos uma Moção de Repúdio à atitude do
Governador José Ivo Sartori, aqui na Câmara, e ela vai à votação na próxima
segunda-feira, e também será trazido na Tribuna Popular pela Associação dos
Funcionários da Fundação Zoobotânica. Estendo o convite a todos que estão
presentes para que durante o ato da Moção de Repúdio todos estejam presentes
para incentivar os Vereadores desta Casa a manifestarem a visão desta Casa
contra esta atitude nociva à preservação e à educação ambiental no nosso
Estado. Infelizmente, essa é a diretriz que os nossos governos têm tomado, com
patrocínios pesados da iniciativa privada, em especial de construtoras e empreiteiras,
pois são elas que dão as cartas, são elas que determinam atualmente os rumos
que a política, no nosso País, no nosso Estado e na nossa Cidade, tem tomado.
Infelizmente, a população ainda não se deu conta de que quanto mais nós
abrirmos o leque e darmos poder a essas instituições privadas, mais a natureza
e o próprio ser humano sofrem. Então saúdo a iniciativa e a luta pela
preservação ambiental. Um abraço a todos e continuem o trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, em meu nome e em nome do Ver. Dinho do Grêmio, quero cumprimentar o
nosso palestrante, Sérgio Cardoso, Presidente da Associação de Preservação da
Natureza Vale do Gravataí, que nos apresentou o projeto Rio Limpo desenvolvido
na Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí. Eu não quero, Sr. Presidente,
transformar este microfone em fonte de debate, mas também não posso misturar
uma coisa com a outra. Eu quero dizer que estou aqui dando acolhida a sua
presença, sei que a luta ambiental no Estado tem várias frentes e várias
visões, agora, não podemos, de forma nenhuma, subestimar a capacidade que tem
os nossos técnicos de apresentar uma missão correta para a sociedade na
expectativa de captá-la para um trabalho conjunto. Nós, ao lado do Guaíba,
vivemos extasiados nesse manancial de água que representa, esse conjunto de
rios que aqui desemboca – Jacuí, Taquari, Sinos – e com muita frequência esquecemos
o Gravataí, que eu diria que é um rio mais metropolitano de todos os rios que
compõe essa Bacia, desde as suas nascentes, e de certa forma o mais agredido de
todos os rios, porque tem agressão das mais diferentes formas possíveis,
agressões essas que têm que cessar. Até porque, se o plantador de arroz de
Santo Antonio, de Glórinha, quiser continuar tendo produção ele vai ter que
ajudar a cuidar e poupar, sob pena de faltar. Da mesma forma, se quisermos
contribuir para o nosso grande Guaíba limpo, a gente não pode deixar que seja
agredido o Gravataí nas suas passagens por vários municípios, recolhendo a água
do arroio Feijó e de vários arroios aqui de Porto Alegre, que já vão contaminar
uma artéria de água que já está violentamente contaminada. Como eu disse, não
sou homem de polêmica, quero somar o meu partido – o Ver. Dinho do Grêmio e eu
– nos cumprimentos à sua atuação. Não raro a polêmica apaga a boa iniciativa;
mais do que polemizar, eu quero contribuir, eu quero colaborar – eu já disse
isso, faz muito tempo, ao Beto Moesch, que há muito tempo é pioneiro nesse
trabalho –, às vezes, contribuindo um pouquinho, a gente ajuda muito mais do
que gritando muito e protestando em demasia. Mais do que o protesto, o meu
aplauso à sua ação e à entidade que o senhor dirige, e tenha a certeza de que
esta Casa sempre terá ouvidos atentos e oportunidade de repercutir a boa causa
que o senhor, com muita dignidade, desenvolve. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença do Sr. Sérgio Cardoso,
Presidente da Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí. Quando o
Ver. Reginaldo Pujol falava sobre a importância do rio Gravataí para a cidade
de Porto Alegre, o Presidente nos falava que 490 mil pessoas em Porto Alegre
estão envolvidas diretamente na bacia do rio Gravataí – mais estragando do que
ajudando o rio! O rio Gravataí faz parte da nossa Cidade, quando se fala nele
parece que não faz parte de Porto Alegre! O Sr. Sérgio Cardoso colocou o
catamarã, assim que pronto, Ver. Pujol, à disposição dos Vereadores para que
possamos conhecer melhor o rio Gravataí e seus afluentes.
O Presidente da Associação também coloca à
disposição da Fundação O Pão dos Pobres, se quiserem, a partir de setembro já
estará lá o catamarã. Agradecemos e, com certeza, faremos uma visita. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h41min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às
14h42min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos às
COMUNICAÇÕES
Hoje,
este período é destinado a assinalar o transcurso dos 120 anos da Fundação O Pão dos Pobres, nos termos do Requerimento nº
019/15, de autoria do Ver. Kevin Krieger.
Convidamos
para compor a Mesa: Irmão Albano
Thiele, Diretor-Geral da Fundação O Pão dos Pobres; Irmão Olir Facchinello,
Diretor Administrativo da Fundação O Pão dos Pobres; Dra. Cinara Dutra,
Promotora da Infância e da Juventude de Porto Alegre; João Rocha, Gerente
Educacional da Fundação O Pão dos Pobres.
O Ver. Kevin Krieger, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queria agradecer ao Irmão Albano, que, junto com a
Suzana, esteve no meu gabinete, Ver. Bosco, há uns quatro meses, me convidando
para prestar esta homenagem, Promotora Cinara. Eu fiquei, sem dúvida nenhuma,
muito honrado com este convite, porque é uma Fundação que completa 120 anos de
muitos serviços prestados à cidade de Porto Alegre.
Eu
poderia, aqui, falar do começo, mas não tenho dúvidas de que o representante da
Fundação O Pão dos Pobres vai falar que ela nasceu lá em 1895, qual era a sua
função, por que ela começou, mas prefiro falar um pouco da história que eu vivi
ao longo desses últimos 15 anos da Fundação O Pão dos Pobres.
Quando
me elegi, Ver. Pujol, em 2001 – e V. Exa. acompanhou um pouco dessa trajetória
–, Conselheiro Tutelar do Centro de Porto Alegre, eu comecei a conhecer a
Fundação O Pão dos Pobres. E lá, eu tenho que lembrar, Irmão Albano, uma figura
que conheci naquela época, o Irmão Valério; foi quem me recebeu na Fundação O
Pão dos Pobres, quem me mostrou qual era a função, e aí começamos um trabalho
muito legal. Naquela época, Cinara, a Fundação O Pão dos Pobres trabalhava com
acolhimento de uma maneira completamente diferente do que trabalha hoje. Em
2001. Mas, mesmo assim, para todas as demandas que eu, como Conselheiro Tutelar
de Porto Alegre, de 2001 a 2004, encaminhei à Fundação O Pão dos Pobres, sempre
tive o melhor retorno.
Depois,
também, como Secretário de Direitos Humanos Segurança Urbana, tive a alegria e
a satisfação de levar o Telecentro para dentro da Fundação O Pão dos Pobres,
para que as nossas crianças e adolescentes, em 2005, pudessem ter um curso
profissionalizante e acesso à informática. Lá se vão dez anos. Hoje temos
computadores em praticamente todas as residências, mas a Fundação O Pão dos
Pobres ainda não tinha um centro de informática para atender as nossas crianças
e adolescentes. Também fizemos, ao longo de 2005 e 2008, diversas parcerias com
cursos profissionalizantes, mas o grande desafio foi...
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Kevin, peço escusas até por interromper o seu belo
pronunciamento; é que eu gostaria que V. Exa. se sentisse plenamente
credenciado a falar em nome do Democratas, do Ver. Dinho do Grêmio, do meu,
pessoalmente, porque mais do que ninguém eu sei do seu engajamento com o
trabalho desenvolvido pelo O Pão dos Pobres. O Pão dos Pobres é meu vizinho,
Cinara, sou um privilegiado pela vizinhança. E hoje mais privilegiado ainda
pela presença entre nós do Irmão Albano
Thiele; do Irmão Olir Facchinello; da Dra. Cinara Dutra, queridíssima amiga; e
do João Rocha.
Kevin, esse teu
acumpliciado pronunciamento diz do teu compromisso, que eu acho que tens que
renová-lo, reafirmando com o compromisso do Legislativo da Cidade. Essa
entidade que faz 120 anos tem um currículo imenso de bons serviços prestados a
esta Cidade. Eu conheço inúmeras pessoas que orgulhosamente me dizem assim: “Um
dia fui acolhido no Pão dos Pobres, peguei uma profissão, me desenvolvi, e hoje
sou um atuante militante dessa causa”. Então, acho que O Pão dos Pobres merece
um presente do Legislativo de Porto Alegre em nome de toda a Cidade, um
presente que vá além do importante muito obrigado por tudo que já fizeram, um
presente que, além do muito obrigado, diga o seguinte: obrigado pelo passado,
parabéns pelo presente, e compromisso com o futuro. Nós não temos a menor
possibilidade de admitir que um dia O Pão dos Pobres deixe de realizar essa
tarefa magnífica que realiza na cidade de Porto Alegre por carência de apoio político do órgão político da Cidade,
que é a Câmara de Vereadores. Por isso, Kevin, na tua juventude, na tua
vibração, nos comprometes como um todo, a mim, ao Dinho, a todos os colegas de
representação popular com a causa do Pão dos Pobres, que é nossa causa, a causa
da Cidade, a causa da juventude, a causa das pessoas bem-intencionadas que
querem servir ao próximo como se fosse a si próprio. Um abraço pra ti e segue
em frente no teu pronunciamento. Meus cumprimentos. (Palmas.)
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Kevin
Krieger, em nome da Bancada do Partido Progressista, da qual eu tenho a honra
de ser líder, eu quero congratular-me com V. Exa. pela feliz iniciativa. Também
quero parabenizar a instituição Pão dos Pobres pelos 120 anos de existência.
Todas as ações do Pão dos Pobres estão calcadas na missão a que se propõe, que
é potencializar o desenvolvimento integral da criança e do adolescente numa
perspectiva solidária, construída por meio de práticas socioeducativas. E essa
missão é cumprida, como diria meu sábio pai, muito bem cumprida, apesar de
todas as dificuldades, com muito amor, muita dedicação e muito trabalho. Eu
chamo atenção, Kevin, lendo o histórico, que o Pão dos Pobres de Santo Antônio,
que hoje completa 120 anos, é uma fundação que já atendeu a 80 mil crianças e
jovens do decorrer dessa sua caminhada. A instituição abriga hoje 2.300
crianças em convênio com a FASE, e tu tens grande participação nisso. Parabéns
a todos, Porto Alegre agradece, as crianças, os jovens, é muito bom finalizar
uma semana brindando um trabalho solidário como o dos senhores. Obrigada.
(Palmas.)
O Sr. Cassio Trogildo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Kevin
Krieger, eu falo aqui em nome da Bancada do PTB – Ver. Paulo Brum, que preside
os trabalhos; Ver. Elizandro Sabino e Ver. Carlos Casartelli. Quero,
primeiramente, parabenizá-lo pela brilhante iniciativa desta justa homenagem.
Esses 120 anos do Pão dos Pobres escrevem parte da história da cidade de Porto
Alegre. Muitas foram as pessoas acolhidas lá no Pão dos Pobres, muitas vezes
sem ter um lar, sem ter ninguém que lhes estendesse a mão, e o Pão dos Pobres é
referência nesse trabalho, dentre as tantas atividades que tem. Esta homenagem
que V. Exa. faz, Ver. Kevin, eu referiria duas atuações que me chamam muito a
atenção, sempre: a educação profissional direcionada a jovens e adultos, que
estabelece uma profissão para as pessoas, ajudando-as a ter a sua emancipação,
ajudando-as a ter uma formação profissional e, no mercado de trabalho,
conseguirem a sua sobrevivência e a de sua família de forma digna. Uma outra
área, dentre as tantas que atua o Pão dos Pobres, é na questão do acolhimento
da criança e do adolescente; tantos problemas que ainda temos na nossa Cidade
em função da grande quantidade de jovens, de crianças que precisam do
acolhimento, e o Pão dos Pobres, num trabalho de parceria com a Fundação de
Assistência Social, é uma daquelas entidades não governamentais que cumpre esse
papel e também estende a mão a essas crianças e adolescentes. Mais uma vez parabéns
Ver. Kevin Krieger e vida longa à Fundação Pão dos Pobres. Muito obrigado.
(Palmas)
O SR. KEVIN KRIEGER: Obrigado, Ver. Cassio Trogildo.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) São 120 anos de
uma instituição, devemos também homenagear todos aqueles que passaram e que
deixaram essa estrutura para que chegasse até hoje beneficiando crianças que
não tiveram outras oportunidades e que ali encontraram uma profissionalização,
um amparo e muitos se conhecem porque se tornaram bons profissionais a partir
da educação recebida ou nos cursos profissionalizantes ou pelo acolhimento
desta Instituição. Nós, da Bancada do PMDB, queremos cumprimentar a todos e
desejar muitos e muitos anos acolhendo as crianças. Obrigada. (Palmas.)
O SR. KEVIN KRIEGER: Obrigado, Ver.ª Lourdes.
O Sr. Rodrigo Maroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É muito
significativo O Pão dos Pobres ter trazido as crianças aqui, pela importância
de elas perceberem a importância do papel do Parlamento, que também é parte do
processo de educação. O Ver. Kevin já é uma pessoa reconhecida na Cidade por
fazer um trabalho social, e começou muito jovem fazendo um trabalho com
crianças, não só vinculado ao Pão dos Pobres, mas de uma maneira geral em toda
a Porto Alegre. Então, ele jamais traria um assunto que não fosse de
importância significativa como esta homenagem. Quero dizer que tive algumas
experiências com a Fundação O Pão dos Pobres; primeiro, quando trabalhava num
restaurante que tinha algumas crianças que a gente colaborava e que eram do Pão
dos Pobres, essas crianças relatavam o trabalho que era realizado lá. Confesso
que eu, graças a Deus, tive uma perspectiva de família, de mãe, de pai, de
estrutura de investimento, e eu, de certa forma, nos meus 21 anos, tive uma
certa inveja – no bom sentido – daqueles jovens, daqueles meninos que iam para
O Pão dos Pobres, por não ter tido a oportunidade. Então, a situação se
inverteu por se ver uma Instituição, que é filantrópica, que trabalha buscando
investimentos permanentemente, e que dava a perspectiva, pelo relato deles, de
eles estarem na escola; seguramente sairiam dali encaminhados para o trabalho.
Digo que há muitos jovens - e as crianças que estão aqui têm que perceber – que
vão realizar vestibular, que têm pai e mãe, que têm todas as condições e
suporte por trás para terem um futuro, grandes profissões, e que talvez não
consigam entrar no mercado de trabalho com tanta facilidade quanto aqueles que
passaram pelo Pão dos Pobres. Outro relato que quero fazer aqui é o de uma
amiga minha, que há quase 40 anos estudou lá, teve acesso ao Pão dos Pobres, e
ela me mostrava a foto dos jovens da turma dela, abraçados, uma foto em preto e
branco e todos eles tiveram um destino, um futuro e constituíram família. O Pão
dos Pobres não só ensina a profissão, mas valor humano, que é o mais
importante; ensinar um serviço não é tão difícil quanto ensinar princípios,
caráter e o motivo pelo qual estamos aqui. Parabéns pelo trabalho de vocês;
parabéns às crianças que estão aqui, tenho certeza que essas crianças, daqui
alguns anos, estarão num bom serviço, bem encaminhadas, felizes se continuarem
seguindo as orientações do Pão dos Pobres. Parabéns ao meu colega Kevin, muito
sensível sempre a tudo o que é importante para Porto Alegre.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Kevin Krieger, lhe cumprimento, porque atua diretamente nessa
área tão importante e estratégica da criança e do adolescente e todo o nosso
povo vulnerável da Cidade. Cumprimento-lhe por trazer aqui esta homenagem à
Fundação O Pão dos Pobres, e quero cumprimentá-los, Irmão Albano e Irmão Olir,
João Rocha, gerente educacional, e agradecer a Professora Cinara por estar aqui
prestigiando, e Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos, gostaria de, no nome
de vocês, cumprimentar a todos os educadores e educadoras desta grande
instituição, os alunos, estudantes, monitores. Acho que muito foi dito aqui, eu
apenas acrescento o valor da atuação na área da educação que o Pão dos Pobres
faz, contribui para esta Cidade, para o debate educacional, mas principalmente
para garantir a inclusão e o direito à educação de todos e todas, e quero
registrar a construção que o Pão dos Pobres faz a sua transformação, essa
instituição que é muito anterior à criança e adolescente, a todas as
construções contemporâneas do direito à infância, que veio, se antecipou, que é
resultado e de compromisso, é verdade, confessional, mas que tem compromisso
republicano com a construção desses sujeitos, homens e mulheres, e meninos e
meninas livres, desenvolvimento pleno, Ver. Kevin, e que foram incorporando as
mudanças necessárias tanto em função do SUAS, do Estatuto, das novas leis da
educação. Que bonito ver uma instituição idosa na sua idade, mas renovada
quotidianamente. É o que enxergamos. Gostaríamos de agradecer, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, o Ver. Adeli está aqui conosco, os
Vereadores Sgarbossa, Comassetto e Kopittke, nos colocarmos à disposição e
ressaltar, mais do que todos os compromissos diretamente realizados com a vida
das crianças, adolescentes e jovens, o espaço cultural que o Pão dos Pobres
representa, de reunião, de apoio às organizações das entidades, de acolhimento
de tantos projetos. Parabéns, o Pão dos Pobres é imprescindível para a Cidade
de Porto Alegre e para o Estado do Rio Grande do Sul. Um grande abraço.
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Kevin Krieger; Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; Irmão Albano,
Diretor-Geral da Fundação O Pão dos Pobres; Irmão Olir Fachinello; Dra. Cínara,
Promotora da Infância e Juventude e Sr. João Rocha, Gerente Educacional da Fundação
O Pão dos Pobres, eu gostaria aqui de incluir na saudação também o músico
Marcelo, e amigo meu de infância, o qual fiquei muito feliz em revê-lo, meu
querido amigo Cláudio Baraldo, professor de música, meu querido colega de
escola e de banda marcial também. Feliz na presença dele e saber que ele está
junto com esta transformação
que é fazer de crianças,
cidadãos, Ver.
Kevin Krieger. Irmão Albano, quero aproveitar este momento para conclamar toda
a sociedade de Porto Alegre para que estejamos juntos na reforma da capela.
Agora, dia 11, nós tivemos um contato e continuamos acompanhando, Irmão Albano,
uma conversa que tivemos no passado, a Prefeitura e sua Secretaria
responsável, quando tivemos o ligamento do processo. Então, é importante que a
comunidade, a sociedade de Porto Alegre fique sabendo que ali dentro existe uma
das mais belas capelas. Houve um incêndio e nós precisamos recuperá-la, assim
como fizemos com a recuperação de muitos jovens que passam ali e são
transformados, como disse, no início, em cidadãos. Parabéns à Fundação Pão dos
Pobres, parabéns pela homenagem e vida longa, que esses 120 anos durem muitos e
muitos mais, transformando cidadãos. Muito obrigado.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
Muito obrigado, Ver.
Delegado Cleiton. Quero agradecer a manifestação de todos os nossos Vereadores
e rapidamente dizer aos Irmãos, ao João e à Promotora Cinara que aquele desafio
que encontrei em 2009, Irmão, quando a Fundação O Pão dos Pobres trabalhava o
acolhimento de segunda a sexta-feira: as crianças e os adolescentes iam para suas
casas e retornavam na segunda-feira. Com a chegada o Sistema Único de
Assistência Social, nós tivemos que fazer toda uma construção, e aí, Ver.ª Sofia
Cavedon, dentro da sua fala
é sempre a modernização de um instituto, de uma fundação antiga, mas que tem
que estar sempre se modernizando, sempre se adequando às novas leis. E nós
conseguimos construir, em conjunto com a Fundação O Pão dos Pobres e com a
Promotoria Pública naquele momento, o reordenamento do acolhimento
institucional da Fundação O Pão dos Pobres. Hoje, nós temos 80 crianças e
adolescentes que são acolhidos na Fundação de segunda-feira a segunda-feira,
com um trabalho espetacular dos nossos educadores, dos nossos técnicos, do
pessoal da limpeza e de todos os envolvidos nesse processo.
Promotora
Cínara, infelizmente a nossa imprensa não mostra as coisas boas que acontecem
na nossa Cidade. Nós tivemos uma reportagem no jornal Zero Hora, há quinze ou
vinte dias, não me recordo bem, falando dos problemas que temos nos acolhimentos
de crianças e adolescentes. E temos problemas, reconhecemos isso e estamos
trabalhando junto com a Promotoria para melhorar. E fico feliz cada vez que eu
encontro a Promotora Cínara, agora eu fiz questão de acompanhá-la até o local
das autoridades, e ela me disse com a voz baixinha: “Está melhorando”. Tem
coisa para fazer? Tem, tem muita coisa para fazer! Mas é muito bom saber que,
apesar de todas as dificuldades que a gente tem no sistema público, a gente
está buscando a melhora. Eu estou falando já um pouquinho do todo, para chegar
exatamente no que eu gostaria de ver um dia. Estão aqui a Landia Cunha, que é
Coordenadora da Proteção Social de Alta Complexidade, e a Diretora
Administrativa Eduarda dos Reis Eschberger, que está representando o Presidente
Marcelo Soares.
Eu
gostaria de ver um dia, Irmão Albano, o jornal Zero Hora estampar duas, três
páginas do trabalho da Fundação O Pão dos Pobres, de crianças e adolescentes
que estão acolhidos, que hoje têm uma profissão e são independentes nesta vida,
porque passaram por lá como passaram por todos os nossos abrigos de crianças e
adolescentes. Eu gostaria muito de ver isso, porque faria com que a nossa
população e todos os que estão nos assistindo em casa soubessem que podem doar
do seu imposto de renda para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, que as empresas podem fazer essa doação e que essa doação chegará
ao destino correto. Essa doação ajudará, sim, a desenvolver um melhor trabalho
para a Prefeitura de Porto Alegre em parceria com essas instituições. A gente
respeita muito o trabalho da Promotoria da Infância e da Juventude; a gente
trabalha junto com a Promotoria, junto com a Fundação. Eu tenho muito orgulho
de, ao longo dos 120 anos da Fundação O Pão dos Pobres, ter participado, João,
durante esses últimos 15 anos. Podem ter certeza de que, em todos os anos de
vida que eu tiver, estarei ao lado da Fundação O Pão dos Pobres; onde eu
estiver, estarei ao lado dessa e de tantas outras fundações que fazem muito
pela nossa Cidade.
Eu
vi, também, o Solimar, da Kinder, que hoje veio te prestigiar e que, esta
semana, recebeu o título de cidadão de Porto Alegre. Muitas pessoas, Cinara,
que muito fazem por esta Cidade, merecem esse título, Ver. Villela, porque
fazem, diariamente, um trabalho que o Governo não consegue fazer, muitas vezes,
com eficácia, pela dificuldade da nossa burocracia; mas, com a parceira dessas
instituições, nós conseguimos fazer. Aqui está o resultado: uma parte das 1,7
mil crianças e adolescentes que é atendida diariamente, ou das 15 mil crianças
e adolescentes que a Fundação atende diariamente. E é isto o que eu gostaria de
ver na imprensa, Ver. Dinho, as coisas boas, porque isso renderia muitos frutos
para quem é atendido e para quem é servido.
Meu
reconhecimento, meu carinho, meu amor e minha paixão por essa Fundação. Podem
ter certeza de que vão contar sempre comigo, onde eu estiver – até parece um
pouco de Grêmio nessa história, mas não vou falar em futebol hoje, Dinho,
porque a semana está meio dolorida. Quero, mais uma vez, Irmão Albano e Irmão
Olir, para finalizar, fazer uma fala de reconhecimento a uma pessoa que eu
conheço há quase uma década, que é esse rapaz que está ao teu lado, o João.
Esse cidadão é fundamental, hoje, para a da Fundação O Pão dos Pobres; esse
cidadão, junto com todos os trabalhadores da Fundação O Pão dos Pobres, é quem
carrega o piano no dia a dia, é quem enfrenta todas as situações complexas das
nossas crianças e adolescentes, que é um trabalho que exige habilidade e
humildade. Então, João, o nosso carinho, o nosso reconhecimento a ti, como ao
Solimar. Pessoas como vocês merecem estar onde estão porque servem à nossa
Cidade, às nossas pessoas e, principalmente, a vocês que estão aqui. Queremos
que vocês possam ter um futuro brilhante e a Fundação O Pão dos Pobres faz isso
com todas as crianças e adolescentes que passam por lá, tornando-os cidadãos.
Parabéns! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Convido o Ver. Kevin Krieger a proceder à
entrega do Diploma alusivo aos 120 anos da Fundação O Pão dos Pobres ao Irmão
Albano Thiele, Diretor-Geral.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Irmão Albano Thiele, Diretor-Geral da Fundação
O Pão dos Pobres, está com a palavra.
O SR. ALBANO THIELE:
Sr.
Presidente Paulo Brum, prezado Irmão Olir, Lassalista, meu colega; prezada
Cinara Dutra, Promotora da Infância; meu braço direito, João Rocha, que ampara,
praticamente, todos os
problemas que podem surgir para o Pão dos Pobres. Prezados Vereadores, prezados
educadores, colaboradores, prezados alunos do acolhimento, prezados alunos da
profissionalização. O Evangelho de São Mateus, no capítulo 5, versículos 14 a
16, afirma o seguinte: (Lê:) “Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida
uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la
debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la sob um candeeiro, onde ela brilha
para todos os presentes.”
Penso
que essa passagem do Evangelho caia muito bem para o Pão dos Pobres. Desde a
sua fundação, 15 de agosto de 1895, pelo Cônego José Marcelino de Souza
Bittencourt, o objetivo foi o de iluminar, dar esperança a viúvas e órfãos, os
primeiros atendidos em razão da guerra fratricida federalista, ocorrida nos
anos de 1892 a 1894. Buscaram alimentação e sustento junto à Igreja Catedral de
Porto Alegre durante cinco longos anos. Em 1900, foi adquirida a área de mais
de 2 hectares, onde se instalou a Fundação O Pão dos Pobres. Em 1916, a
administração foi confiada aos Irmãos Lassalistas; nos anos de 1925 e 1930, foi
construído o prédio de quatro andares, o prédio do internato, na época, com
grande envolvimento de toda sociedade porto-alegrense.
Eu
procuro me ater à fase atual. Com o advento do Estatuto da Criança e do
Adolescente, o Pão dos Pobres reordenou seus projetos e serviços à comunidade,
adequando-os à nova legislação. O internato deu lugar ao acolhimento
institucional de crianças e adolescentes de zero a dezoito anos de idade, ao
Cidade/Escola e ao Serviço de Convivência e Fortalecimento, mediante convênio
com a FASC e SMED, atendendo mais de 350 crianças e jovens diariamente.
O Pão dos Pobres multiplicou o número de cursos
profissionalizantes e os tornou oficiais perante o Ministério do Trabalho,
oferecendo 12 cursos na modalidade Jovem Aprendiz, tendo presentes três deles
em parceria com o SENAI; acolhendo e recebendo mais de 700 jovens aprendizes no
seu total.
Através
do convênio com o Estado do Rio Grande do Sul, o Pão dos Pobres assumiu o
Programa de Oportunidades e Direitos – o POD – para 100 jovens egressos da FASE
com o intuito de reintegrá-los à sociedade, oferecendo-lhes todo atendimento
necessário, inclusive profissional, para poderem levar uma vida nova, livre e
digna. Oferta de cursos de curta duração também estão presentes. Neles podemos
contar a Gastronomia e o Curso de Manutenção de Elevadores, através da empresa
Thyssenkrupp.
O
Pão dos Pobres abraçou ainda a formação musical através da Orquestra Jovem do
Rio Grande do Sul, que foi incluída no projeto Jovem Aprendiz, sendo
considerado o primeiro curso de aprendizagem de músico instrumentalista do
País.
A
luz da esperança, a luz que ilumina o futuro, atualmente, dos mais de 1.700
crianças e adolescentes, e mais de 500 jovens da Escola La Salle – Pão dos
Pobres, tirando-os das sombras da insegurança, leva a essa juventude, essa luz
para fora das quatro paredes do Pão dos Pobres. Colocar essa luz nos candeeiros
mais altos de Porto Alegre, evitar que as trevas do mal abafem o bem. Esse é o
objetivo da celebração dos 120 anos do Pão dos Pobres. Se o Pão dos Pobres
subsistiu até hoje, é porque muito estiveram e estão apoiando continuamente a
nossa missão, através de convênios, de parcerias e de doações espontâneas de
pessoas físicas e jurídicas para dar formação integral a todos. Falo formação
integral e uso a expressão: nós oferecemos o pão integral. O Pão dos Pobres é
pão integral, em que procuramos oferecer o pão físico, o pão intelectual, o
social,
o cultural, o ético, o moral, o profissional e religioso.
Como destaque dos 120 anos, procuramos escrever
a história do Pão dos Pobres e fazemos questão de agraciar com um livro o nosso
proponente Kevin Krieger, o nosso Presidente, Paulo Brum, e a cada Parlamentar
presente nesta Sessão.
Que Santo Antônio, o nosso grande padroeiro, nos
abençoe a todos pelo bem que em conjunto realizamos.
Nossos agradecimentos, em especial às
autoridades eclesiásticas, que sempre deram apoio ao Pão dos Pobres, bem como
pela confiança depositada nos irmãos lassalistas, que, desde 1916, estão à frente
da instituição; a esta Câmara, pelo carinho e estima demonstrados na nossa
história, em especial ao Exmo. Ver. Kevin Krieger, que, por muitos e vários
anos, acompanhou esta instituição com sua presença significativa no
reordenamento das nossas atividades sociais, quando Presidente da FASC. Exmo.
Kevin Krieger, muito obrigado por nos proporcionar o encontro com esta Casa. Em
nome de toda a instituição, destas crianças e jovens que estão aqui presentes,
do pessoal que está na nossa comunidade vivendo o dia a dia com o acolhimento
institucional, dos jovens que vêm aprender a sua profissão, em nome de todos
vocês, também, educadores, o nosso muito obrigado. Esperamos que possamos,
realmente, como foi o desejo de todos, dar continuidade ao nosso trabalho e estar
sempre atualizados na nossa atividade formativa, preparando os cidadãos para a
sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Muito obrigado a todos.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Irmão Albano. Convidamos os
professores de música, Marcelo e Cláudio, e os alunos do Pão dos Pobres para
fazerem uma apresentação para encerrar esta belíssima homenagem à instituição.
(Palmas.)
(Procede-se à apresentação do vídeo.)
(Procede-se
à apresentação musical dos alunos da Fundação O Pão dos Pobres.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos a apresentação dos alunos da
Fundação O Pão dos Pobres. Esta belíssima apresentação coroou esta justa
homenagem proposta pelo Ver. Kevin Krieger aos 120 anos da Fundação O Pão dos
Pobres. Agradecemos as presenças do Irmão Albano Thiele, Diretor-Geral da Fundação O Pão
dos Pobres; Irmão Olir Facchinello; Dra. Cinara Dutra, Promotora da Infância e
da Juventude de Porto Alegre; João Rocha, Gerente Educacional da Fundação O Pão
dos Pobres. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h35min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às
15h41min): Estão
reabertos os trabalhos.
Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do 80º aniversário da Rádio Farroupilha, nos termos do Requerimento
nº 094/15, de autoria da Mesa Diretora.
Convido para compor a Mesa a Sra. Fabiana
Marcon, Diretora das Rádios do Grupo RBS; o
Sr. Gugu Streit, comunicador da Rádio Farroupilha; o Sr. Elói Guimarães,
Secretário Municipal de Administração, representante do nosso Executivo
Municipal.
O
Ver. Cassio Trogildo, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CASSIO TROGILDO: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Primeiramente, gostaria de aqui fazer um agradecimento à Mesa
Diretora desta Casa – ao nosso Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, ao nosso
Vice-Presidente Ver. Paulo Brum e ao conjunto da Mesa Diretora –, que acolheu
essa nossa solicitação, para que pudéssemos fazer, no período de Comunicações
do dia de hoje, Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo, esta homenagem aos 80
anos da Rádio Farroupilha. Também deixar registrado aqui que, inicialmente,
tínhamos feito a programação desta homenagem para segunda-feira, mas, por
adequação de agendas, tivemos que realizar nesta quinta-feira, então algumas
autoridades e alguns companheiros que gostariam de estar aqui não puderam se
fazer presentes. Um deles é o Deputado Federal Luiz Carlos Busato, e também o
nosso Deputado Estadual Maurício Dziedricki, que foi proponente, Ver. Reginaldo
Pujol, de um Grande Expediente lá na Assembleia Legislativo alusivo à mesma
comemoração na semana passada, da qual eu capturei boa parte das informações
para reproduzir aqui, neste período de Comunicações.
Nas
ruas de Porto Alegre, clima invernal no dia 24 de julho de 1935, populares bem
vestidos criavam um clima de agitação nas ruas centrais da Capital. Em 24 de
julho de 1935, nascia a rádio PRH-2, Rádio Sociedade Farroupilha, a
Farroupilha, rádio de um milhão de amigos para a qual muito me orgulho de fazer
esta homenagem no dia de hoje, hoje ouvida por milhares de gaúchos e gaúchas,
nos 680 KHz de amplitude modulada.
Naqueles
tempos, a população se aglomerava na frente dos rádios para buscar informações,
cultura e lazer. Não era tempo de Facebook, Twitter, WhatsApp e de outras redes
sociais, mas o episódio que relato iria agitar a cena cultural na nossa Cidade
e no nosso Estado. Dois dos maiores artistas brasileiros da época, Carmen
Miranda, que neste ano completa 60 anos de sua morte, e Mário Reis, maior
intérprete de Noel Rosa, eram aguardados no cais flutuante do condor Syndikat,
onde pousariam nas águas do rio Guaíba em um hidroavião para cantar os sucessos
na inauguração da nossa homenageada. “Taí, eu fiz tudo p’rá você gostar de
mim”, hit da época, embalou a multidão para a Av. Duque de Caxias, 1304,
esquina com a Av. Borges de Medeiros.
A
rádio Farroupilha começou sua operação com o título de rádio mais potente do
Brasil, com seus 25 kW de potência onde, do alto do morro da Bela Vista, seu
sinal era captado em toda a região metropolitana. Foi também a primeira
emissora a possuir um canal internacional exclusivo, tornando-se referência e
levando informações de um mundo que não se comunica como hoje.
A
rádio teve, ao longo das décadas, relevo histórico, pois não só relatou os
episódios da sociedade gaúcha, brasileira e mundial, mas fez parte das mesmas.
Inovação operacional e coragem de levar uma nova abordagem para seus ouvintes.
Com o rufar dos tambores nascia, Ver. Ferronato, o Repórter Esso, cinco minutos
de informação, três vezes ao dia, com despachos fornecidos pela agência United
Press, lido de forma enfática e rápida pelo saudoso Rui Figueira. Foi um
sucesso reconhecido como marco da história da rádio brasileira, lembrando que
vivíamos um período de exceção, uma guerra mundial estava em curso, que atingia
direta e indiretamente a todos e levava angústia às famílias dos nossos
expedicionários. Até 1954, os estudos estavam situados junto a Duque de Caxias.
Nesse tempo, em razão da morte de Getúlio Vargas, a população incendiou a
rádio, como sinal de protesto. Deixavam ali, para memória, os feitos daquele
período na antiga mansão da família Bastian.
Ainda
pelos microfones da rádio passaram as mais importantes vozes de artistas,
cantores e escritores nacionais – cito Érico Veríssimo, cantando as memoráveis
histórias infantis que prendiam atenção de crianças, jovens e adultos. Registro
aqui também as impressões de Braga Gastal, Souza Lobo, Pierino, Samuel Coelho e
Josué Guimarães. Não posso deixar de lembrar de Pery Borges e Estelita Bell,
nascendo as radionovelas da Rádio Farroupilha, com a produção de onze novelas
que mexiam com os sentimentos dos seus ouvintes. Nas dependências do Cinema
Castelo, Maurício Sirotsky Sobrinho comandava um programa de auditório,
Programa Maurício Sobrinho, onde lançaram nomes de grandes artistas, como
exemplo Elis Regina.
Abre
um novo capítulo o dia 31 de agosto de 1957, quando se forma o Grupo Rede
Brasil Sul de Comunicação, a RBS, onde se inclui a Rádio Farroupilha, ZYK275, a
Rádio Gaúcha, a Rádio Metrópole, a Rádio Porto Alegre, o jornal Zero Hora e
oito emissoras de TV. Desde então, a Rádio Farroupilha vem participando ainda
mais da vida comunitária da Região Metropolitana de todos os gaúchos. Os seus
comunicadores: Sérgio Zambiasi, Hugo Straight, Ernesto Fagundes, João Carlos
Albani, Arlindo Sassi, Moisés de Assis, Zezé Maravilha, Valdeci Guimarães,
Paulo Leitão, Araújo Júnior, André Araújo e Mauro Sérgio. Farroupilha é a Rádio
mais próxima da comunidade de Porto Alegre, da Região Metropolitana dos
gaúchos, com 34,5 mil ouvintes por minuto, sendo que, no seu pico de audiência,
de segunda a sexta, às 9h, mais de 117 mil pessoas escutam a Farroupilha. Todos
os dias, mais de 351 mil pessoas diferentes escutam a Rádio Farroupilha.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Meu amigo, Ver. Cassio, em especial, a
nossa saudação e o nosso abraço a V. Exa. pela iniciativa. Falo em meu nome do
PSB, em meu nome e do Ver. Paulinho Motorista, trazendo o nosso abraço ao
Presidente, quase conterrâneo, amigo Paulo Brum, e ao Sérgio Zambiasi, sempre
Senador. Gostaria de registrar o altíssimo alcance da Rádio Farroupilha no seio
da comunidade gaúcha. Assim como o nosso Presidente Paulo, viemos lá do
Interior, éramos vizinhos: Arvorezinha e Fontoura Xavier. No meu caso, lá se
vão algumas décadas que já estamos em Porto Alegre. Mas desde aqueles tempos em
que lá vivíamos, nós tínhamos nas grandes rádios a potência de alcançarmos o
Estado todo. Lembro bem das nossas ouvidas de futebol, do repórter, das
novelas, de tudo que acontecia nas grandes cidades. Nós, no Interior, éramos
ouvintes atentos. Portanto, a importância e a história das rádios gaúchas
passam muito centralmente pela potência e pelo alcance da Rádio Farroupilha.
Dessa forma, tínhamos de estar aqui para trazermos a nossa homenagem na data do
seu aniversário, e, assim o fazendo, nós homenageamos os condutores da Rádio,
aqueles que a fazem – e o Gugu é uma expressão presente do que é um bom
programa que desperta a atenção e o alcance popular. Assim, estamos certamente
homenageando todos homens e mulheres do Rio Grande do Sul. Portanto, parabéns!
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Obrigado, Ver. Ferronato.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Presidente, Ver. Paulo Brum; Fabiana Marcon, Diretora das Rádios
RBS; Gugu, comunicador da Rádio Farroupilha; querido Elói Guimarães, que tive a
honra em ser colega no Governo Yeda, Secretário Municipal de Administração;
Ver. Cassio Trogildo, eu teria tantas coisas para falar sobre o rádio, porque
eu sou um ratinho de rádio; sou jornalista. E não existe, na minha opinião,
nenhum veículo maior e melhor do que o rádio. Mas, para não ser longa, eu fiz
um roteiro e gostaria de sinalizar essa homenagem a Rádio Farroupilha que
completa 80 anos de atividades. É uma rádio popular, onde há na maioria dos
programas a participação ativa dos ouvintes, que ligam e falam diretamente com
o apresentador no ar. As pessoas sinalizam problemas de seu bairro, ou de sua
cidade, e também podem pedir as suas músicas favoritas.
Como
jornalista, eu gostaria de parabenizar essa que é uma das mais tradicionais
rádios do Brasil, pelas suas oito décadas de trabalho e dedicação ao povo. Eu
não posso deixar de citar também as tradicionais festas promovidas pela rádio,
que já reuniram milhares de pessoas em shows de grandes expoentes da música regional
brasileira, como Carmen Miranda, Mário Reis e Elis Regina. Também quero
cumprimentar todos os comunicadores e repórteres, que fazem da Rádio
Farroupilha um grande sucesso, entre eles, Sérgio Zambiasi, Gugu Streit, pelo
programa Comando Maior, que se destaca pela sua expressiva audiência. Não há
dúvida de que é bastante apropriado um slogam da rádio, da emissora, a Rádio de
um milhão de amigos. Que esse número continue aumentando para consolidar a
liderança absoluta em todas as faixas de idade e horários, trazendo informação,
música, solidariedade e, principalmente, despertando o imaginário da população.
Parabéns, Ver. Cassio, por ser proponente de merecida e justa homenagem. Muito
obrigada, em nome da Bancada Progressista, dos Vereadores João Carlos Nedel,
Guilherme Socias Villela e Kevin Krieger.
O SR. CASSIO TROGILDO: Obrigado, Ver.ª Mônica.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Cassio. Meu caro Presidente, Paulo; Fabiana, Gugu,
Elói, a Rádio Farroupilha é tradição e renovação. Eu sou daqueles que a conheci
na longínqua cidade de Cunhaporã, Santa Catarina, ouvindo aos domingos à noite,
o Grande Rodeio Coringa. Então, a Rádio Farroupilha é uma instituição e a
renovação se dá com uma equipe jovem, dinâmica, e agora nós ouvimos o Gugu.
Então, vida longa a essa emissora de rádio, que mantenha a tradição e
renovação, os cumprimentos em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
especialmente da Ver.ª Sofia, que está aqui comigo. Portanto, parabéns e continuem
assim. Muito obrigado.
O Sr. Reginaldo Pujol: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu conversava com o Ver. Delegado Cleiton, nosso companheiro de
jornada de trabalho, ele me acentuou, Gugu, o forte risco de eu chegar aqui
agora e lembrar o pai ou o filho de alguém, dado que eu – em cima dos meus 75
anos, com muita propriedade - conheço o genitor da nossa querida Diretora das
rádios da RBS. Elói, a homenagem que estamos prestando aqui hoje à Farroupilha
perpassa no tempo, evidentemente que, como Vereador com maior número de anos
vividos, devo ter acumulado, meu querido homenageante, alguma reminiscência.
Então, não sei bem se estou saudando a Farroupilha da Rádio Sequência ou do
Comando da Cidade, do Pinguinho do Walter Broda ou do Dilamar Machado, mas eu
sei que estou saudando uma emissora que era de 600 megawatts. Fizeram uma
jogada e tiraram a Farroupilha dos 600 megawatts, na qual ela era dona da
audiência na Cidade e ela continua dona de audiência na Cidade porque levou
consigo os seus fiéis ouvintes. Eu acho que essas minhas colocações simplistas
dizem respeito, muito palidamente, ao que representa a Farroupilha na história
da radiofonia do Rio Grande do Sul. Uma emissora – acho que foi o Ver. Adeli
quem falou há pouco tempo – que, ao longo do tempo, conseguiu manter a tradição
se modernizando. Há pouco tempo, era
só o Zambiasi, agora já apareceu o Gugu, que está seguindo aquela mesma linha
tradicional. Eu acho que a seriedade com que vocês fazem a comunicação é que dá esta
credencial imensa para a Farroupilha. Às vezes, a gente pergunta: “Em qual
rádio é que tu ouviste?”. “Ah, eu não lembro”. “Se não foi na Farroupilha, é
bom conferir direito, porque não sei se é verdade”. Esta credibilidade foi
alcançada ao longo desses 80 anos e tornaram a emissora credora desta homenagem
da cidade de Porto Alegre.
Eu dizia há bem pouco que o Pão dos Pobres é
Porto Alegre. E a Rádio Farroupilha é Porto Alegre. É a voz de Porto Alegre.
Chega até Santo Antônio, meu querido Elói, mas é a voz de Porto Alegre, é a
emissora que, ano após ano, momento após momento, em crise o País, em
crescimento o País, em regime militar, em regime civil, em qualquer
circunstância, é a mais ouvida, é a mais querida e a mais aplaudida. Mantenham
isso por favor, Gugu – eu sei que tens competência para isso. Mantenham isso,
minha querida Diretora Fabiana, mantenham isso. Isso é um patrimônio de Porto
Alegre, do qual a gente tem orgulho de dizer que participa um pouquinho, no
mínimo como ouvinte, e, na expressão maior, como solidário ao tipo de
comunicação, ao tipo de radiofonia, à seriedade e à responsabilidade que
fizeram da nossa Farroupilha a emissora dos gaúchos, a emissora de Porto
Alegre. Meus parabéns a todos vocês. (Palmas.)
O SR. CASSIO
TROGILDO:
Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O Sr. Delegado
Cleiton:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Aqui estarei homenageando o meu falecido pai,
Silvestre Soares de Freitas, a minha mãe, também falecida, Universina Munhóz de
Freitas, e a minha vizinha da frente, Dona Nerina, que, hoje, está com o
radinho na Farroupilha e de olho na TVCâmara para me ver, às quintas-feiras.
Ela não perde um programa e sempre comenta; mesmo quando eu não estou ouvindo o
rádio, eu recebo os comentários dela, porque ela acompanha a Farroupilha
sempre, como muitos e muitos. Por quê? Porque nós, de bairros mais carentes,
ouvimos quem fala a nossa linguagem,
de quem fala para nós, quem sabe dos nossos problemas. Muitas vezes reivindica
tal qual Vereadores, até mais, e de uma forma até mais forte as questões do
povo. E essa Rádio faz isso. Eu tenho lá guardado, estava até falando sobre
isso com a Ver.ª Lourdes, um rádio antigo a válvula, que hoje deixo de
decoração do meu piquete no parque da Harmonia. Meu velho pai, de manhã cedo –
muito cedo – tinha como companheiros o chimarrão e o rádio. E eu, como
trabalhei durante muito tempo como delegado no Interior, tínhamos que descobrir
formas de driblar os parcos recursos da Polícia Civil, os financiamentos e
muitas vezes tínhamos que descobrir maneiras de fazer, por exemplo, uma
intimação a uma pessoa que estava muito longe da sede; e o fazíamos através da
rádio da cidade ou da Rádio Farroupilha. Uma vez eu fui intimar um senhor num
lugar muito longe, longe, longe, e lá cheguei e ele estava sentando ouvindo o
radinho, mal dava para ouvir, com muito chiado, pilha fraca, sei lá; mas
ouvindo a Rádio. Então, ressalto a importância que tem a comunicação e a
importância que têm os senhores, que falam a língua do povo, do jeito do povo e
vão onde o povo está. Vida longa à Rádio! Vida longa aos senhores que fazem
essa Rádio cada vez mais popular. (Palmas.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Obrigado, Ver. Delegado Cleiton.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Como estávamos
conversando aqui, com o Ver. Nereu e com o Ver. Delegado Cleiton, nós, que
viemos do Interior - eu no tempo da pilha, a válvula era um pouquinho mais
antiga -, essas rádios marcaram as nossas vidas, no tempo das ondas médias e
ondas curtas. Não poderíamos deixar de homenagear os 80 anos de uma rádio que
além da solidariedade que presta às comunidades, está sempre presente em
momentos importantes e também por essa audiência fiel ao longo dos anos, e, na
nossa população porto-alegrense e até no Interior do Estado, são raros os que
não conhecem a Rádio Farroupilha. Nossos cumprimentos pela bela homenagem, que
a nossa Rádio perdure por muitos e muitos anos.
O SR. CASSIO TROGILDO: Obrigado, Ver.ª Lourdes.
O Sr. Nereu D'Avila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Prezado Ver. Cassio, permita-me utilizar dois minutos do seu
precioso tempo, já que estamos numa homenagem muito importante. Prezada
Fabiana, meu Presidente Paulo Brum, Gugu Streit, nosso sempre colega e meu
amigo pessoal há muitos anos Elói Guimarães, eu quero ser breve, Fabiana, vejo
que tu és muito jovem, evidentemente não vais lembrar o que eu vou falar, mas
estou vendo que é uma sessão de nostalgia! Prestei atenção, Gugu, Elói, e não
ouvi o principal da Rádio Farroupilha – não tem Darcy Fagundes, não isso, não
tem aquilo –, no meu entendimento, evidentemente. Sabem qual é o momento maior?
O Elói é do PTB, mas sei que ele sempre foi e continua sendo brizolista – é um
elogio para ti! Fabiana, em nenhum momento este Estado esteve mais unido do que
nas sextas-feiras nas palestras do Brizola na Rádio Farroupilha. (Palmas.)
Todos
nós somos do Interior, eu sou de Soledade, e os meus pais não marcavam nada
para sexta-feira de noite; lá na minha terra, se saísse na rua, dava para ouvir
em uníssono, porque todas as casas estavam ligadas. Ver. Paulo Brum, foi um
ápice, um momento de mobilização incrível. Não foi por nada, Gugu, que o Rio
Grande ficou na história. Se não fosse o Brizola, não haveria força política
para permitir que o Jango assumisse, embora no parlamentarismo, em 1962. Claro,
o General aderiu, foi ao Palácio, o Comandante do 3º Exército, mas ele aderiu
não ideologicamente – porque ele era, como todos os militares da época, muito
reacionário –; ele veio ao Palácio porque o Rio Grande do Sul estava todo com o
Brizola, e o General preferiu ficar contra o sistema central, o DNI, o Ministro
da Guerra, do que contra o povo do Rio Grande.
Então,
eu só queria registrar isto: todas as outras coisas da história desses 80 anos
são magníficas, mas, para mim, as palestras do Brizola são inesquecíveis,
ficaram na história do Brizola, do brizolismo, e principalmente da querida
Rádio Farroupilha. Muito obrigado.
O SR. CASSIO TROGILDO: Muito obrigado pelas suas contribuições,
Ver. Nereu.
O Sr. Rodrigo Maroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero fazer uma saudação ao público aqui presente – vejo senhoras e
senhores, o que me deixa bastante contente –; ao Presidente Paulo Brum; a Sra.
Fabiana Marcon, Diretora das Rádios do Grupo RBS. Gugu, eu chamei aqui o meu
chefe de gabinete, o Lopes, que ele vem há três meses me incomodando, só fala
bem de ti; agora, com essa discussão eleitoral, então, é diariamente. Eu estava
falando para o Cassio sobre isso, eu não tenho nenhuma formalidade de comentar
o carinho que ele tem por ti, porque ele disse que te conhece há quase 30 anos,
que vocês são amigos pessoais, de frequentar as casas, inclusive com jantas.
Cumprimento o Elói Guimarães, que está aqui, e principalmente o meu colega
Cassio, que me perguntou se eu ficaria aqui para esta homenagem da Rádio
Farroupilha. Eu respondi que ficaria pela rádio e por ele também, o Ver.
Cassio, pela figura humana correta, absolutamente linear, uma figura sobre a
qual tu não tens o que comentar, de tão preciso que ele é nas posições, na
opinião e na forma como se comporta na vida e na política.
Eu,
particularmente, não sou da geração que escutava a Rádio Farroupilha, como aqui
comentaram os meus colegas. O Ver. Nereu deu quase uma aula de história aqui,
como sempre. Ele é meu colega na CCJ, e dificilmente o Nereu não tem 15 minutos
para falar, para contar alguma coisa, ele é um patrimônio vivo que temos aqui
na Câmara. É verdade! Assim como foram essas histórias que ele mencionou aqui.
Isso é bacana, para mim, como um jovem e também professor de história, acabo
absorvendo as suas histórias, que não encontramos nos livros, são os meandros
que estão por fora. Estão me dizendo aqui que o Elói também é um patrimônio
vivo, então temos dois.
Quero
dizer a vocês que fico muito feliz porque sou da geração que cresci escutando
do meu avô as histórias da Rádio Farroupilha. Lembro de ir à casa do meu avô;
obviamente, como um bom neto, para qualquer neto, na verdade, a coisa melhor
que podemos fazer no final de semana é ir para a casa do avô. Eu ia para a casa
do meu avô e também ia, depois da aula, para a casa da minha avó, lembro que
eles tinham como o centro de seus lazeres escutar a Rádio Farroupilha. Então,
para vocês verem, a rádio se tornou um patrimônio, fora a responsabilidade,
Gugu, e aqui a gente fala de política... Independente do papel político, uma
rádio cumpre um papel muito mais político, muitas vezes, do que o Parlamento,
do que qualquer espaço político que se tenha. Vocês têm uma responsabilidade de
influência de valor, de opinião, de dar transparência nas coisas que acontecem,
que nem os agentes políticos têm. Eu digo que talvez a rádio, hoje, seja o
maior patrimônio político que se tem no País. Parabéns, vida longa, vocês
cumprem um papel fundamental para todos nós. (Palmas.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Obrigado, Ver. Rodrigo Maroni.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cassio Trogildo, Presidente Paulo
Brum, demais componentes da Mesa; meu amigo Silvio, eu estava comentando agora
com o Ver. Nereu, com a Ver.ª Lourdes e com o Ver. Delegado Cleiton que nós
crescemos profissionalmente, e eu tive a alegria – eu, o Macedão, da Gaúcha, o
Renato Matte – de ver o teu desenvolvimento profissional. Tu eras o nosso
companheiro na sucursal da Caldas Júnior, em Novo Hamburgo, com o Michaelis,
depois foste ser repórter da Rádio Progresso de Novo Hamburgo, o que para nós
foi uma surpresa, e uma surpresa agradável, dali a um programa de música, dali
te descobriram, vieste para cá, e tu és o sucesso de hoje. Quando se homenageia
a Rádio Farroupilha, vêm duas imagens: Zambiasi e o Gugu, que eu não chamo de
Gugu, chamo de Silvio, que é um parceiro e um amigo.
Então, é uma alegria muito grande para
mim, pode ter certeza no coração, te ver assim, ter convivido contigo, tu
pequeno, pedindo para botar as notícias de Novo Hamburgo: “Não, tem que botar
as notícias do Nóia no Correio do Povo, porque o Nóia...”. Aí ele virou chefe
da torcida do Novo Hamburgo. Não é verdade? E hoje é o que é, cresceu
profissionalmente. Que continues assim como és, simples, amigo, parceiro,
dedicado, pois vais muito longe ainda, tens o mundo à tua frente. Um beijo no teu
coração, Silvio. Parabéns, Cassio. Parabéns a Rádio Farroupilha. (Palmas.)
O SR. CASSIO
TROGILDO:
Obrigado, Ver. Bosco. Dando continuidade, o público da nossa Rádio Farroupilha
está concentrado no sexo feminino e nas pessoas com mais de 50 anos. As nossas galerias são um estrato dessa
audiência, desse público que mais escuta a Farroupilha.
A
Farroupilha também está presente em todas as plataformas digitais. A
Farroupilha influencia e mobiliza as pessoas, é líder na AM há 27 anos
consecutivos. Sérgio Zambiasi é Top of Mind, por 23 anos consecutivos, na
categoria comunicador de rádio; a Farroupilha é líder de audiência nas manhãs,
de segunda a sexta, dentro de todo o meio de rádio; Gugu Streit é o segundo
lugar no Top of Mind como comunicador de rádio. Em média, a Rádio Farroupilha
coloca 60 mil pessoas nas suas festas de aniversário, sendo que já teve eventos
com mais de cem mil pessoas. A partir de 20 de setembro de 2015, data da nossa
Revolução Farroupilha, a Rádio Farroupilha estreia também em FM, na frequência
92,1 MHz. Será um novo marco, Ver. Ferronato, na história da gloriosa Rádio
Farroupilha.
Para
finalizar, eu queria, mais uma vez, agradecer a Mesa Diretora por nos permitir
fazer esta homenagem, agradecer a todos os Vereadores e Vereadoras que estiveram
aqui presentes e que fizeram uso do microfone de apartes e, também, a todo o
público que nos acompanha aqui. Vida longa à Rádio Farroupilha, a seus
comunicadores e a seus ouvintes! Meu muito obrigado! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convido o Ver. Cassio Trogildo a fazer a
entrega do diploma alusivo aos 80 anos da nossa Rádio Farroupilha à querida
Fabiana Marcon e ao nosso amigo Gugu Streit.
(Procede-se
à entrega do diploma.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Sra. Fabiana Marcon, Diretora das
Rádios da RBS, está com a palavra.
A SRA. FABIANA MARCON: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome do Grupo RBS; de todos os funcionários da rádio
Farroupilha; do Gugu que nos acompanha e que foi clamado pelo público –
convidei o Gugu para que falasse em meu lugar -, eu gostaria de realmente
agradecer por esta homenagem, para nós é muito importante o reconhecimento. E
não gostaria de falar aqui dos números da rádio Farroupilha, vocês todos e,
Vereadores e Vereadoras todas que aqui propuseram as suas palavras, trouxeram
as suas homenagens, falaram bastante do tamanho da Farroupilha, da importância
da Farroupilha em audiência, em número de pessoas com que ela se comunica. O
que eu gostaria de trazer aqui para vocês é que a Farroupilha, nesse ano em que
completa 80 anos, quando ela conversa, e eu não digo, nem se comunica, porque a
Farroupilha, como vocês mesmos trouxeram, ela conversa com os ouvintes,
diariamente, porque ela ouve o que o público traz e devolve para o público
respostas, conselhos e direcionamentos para esta comunidade toda. E neste ano
em que ela completa 80 anos, a Rádio Farroupilha se renova, também como foi
falado aqui, preocupada em manter a sua tradição de comunicação com a
comunidade do Rio Grande do Sul, especialmente, Porto Alegre, da grande Porto
Alegre, a Rádio Farroupilha, este ano, expande as suas atividades para a FM
trazendo novas programações, novos comunicadores, modernizando a sua atuação
sem perder a sua essência, que é estar sempre presente com a sua comunidade.
Então, obrigada pela homenagem, obrigada pela audiência, obrigada pela
participação, e sigamos assim por muitos 80 anos. Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Fabiana Marcon.
Saudades
da Farroupilha da João Pessoa, porque eu devo muito também à Rádio Farroupilha,
porque eu, em 1988, comecei a minha vida pública, a minha reinclusão social no
gabinete do Deputado Zambiasi, a gente fazia muito esta interligação do
gabinete com a Rádio Farroupilha, naquele momento o gabinete era uma extensão
da Rádio, e lá a gente fazia muito esse trabalho de atender ao povo, eu sempre
dizia que a Rádio Farroupilha é o Pronto Socorro daqueles que mais precisam,
daqueles desesperançados, que em muitos casos a última porta a ser batida, e lá
estava a Rádio Farroupilha atendendo a nossa gente. Em 1995, momento muito
especial da minha vida também, quando eu assumi como Vereador, a minha primeira
proposição apresentada nesta Casa, foi o Título de Cidadão ao Sílvio Gugu
Streit, que está ao meu lado aqui, então, para mim, é um momento de muita
emoção histórico e que a gente passa um filme na nossa presença. Então, quero
agradecer e convido a todos os presentes para registrar os 80 anos da nossa
querida Rádio Farroupilha, pessoal que quiser acompanhar este momento, por
favor, vamos fazer uma foto aqui na frente junto com o Gugu e com os
participantes da Rádio, nossos Vereadores, já que aqui é a Casa do Povo. E hoje
fomos brindados com os 120 anos do Pão dos Pobres e com os 80 anos da Rádio
Farroupilha. Vamos fazer uma grande homenagem, uma grande foto para registrar
esse momento histórico aqui da Casa do Povo. (Pausa.)
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Paulo Brum, parabéns à
Rádio Farroupilha; bem-vindos e bem-vindas os vovôs e as vovós que estiveram
conosco.
Eu, em cinco minutos, não poderei traduzir a riqueza da
representação desta Casa no seminário Mulheres Construindo o Direito à Cidade.
Fui convidada, como Procuradora da
Mulher desta Casa, para falar, lá em Natal, na Câmara Municipal de Natal, dos
temas dos quais, muitas vezes, as mulheres ficam longe, tais como o tema do
Plano Diretor; do Estatuto da Cidade; do direito à moradia; do direito à
participação. Eu gostaria de relatar que trabalhei estas dimensões: a dimensão
da democracia; da propriedade do território e dos direitos às políticas
públicas - a produção, fiscalização, a realização e a existência de políticas
públicas - que protejam as mulheres, que garantam igualdade de acesso ao
trabalho, à renda, à educação e à saúde.
Depois, já em Brasília, eu pude participar do Ato nacional
em defesa da democracia, da educação e da Petrobras, representando os
Vereadores e Vereadoras que lutam para que a riqueza do petróleo fique nas
mãos, majoritariamente, da Petrobras, e que venha na forma do Fundo Social e
dos royalties do petróleo para todos
os Municípios e Estados do Brasil, e que a Petrobras mude o rumo do
investimento, passe a tornar a investir e, através da democracia, se garanta
essa regularidade democrática.
Chegamos
até o Presidente do Senado, Renan Calheiros, para quem as entidades como UNE,
CUT, FUP, MST, CNTE, UBES, ANPG, Contag, Undime, Fasubra, Proifes e a Campanha
Nacional pelo Direito à Educação e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da
Petrobras, Congresso e Senado, entregaram a vários Senadores e ao Presidente do
Senado uma carta na defesa da Petrobras contra o projeto de lei que quer mudar
o sistema de partilha e passar para concessão, retirando da Petrobras a gestão
dessa grande riqueza que ainda dará muitos dividendos ao País. Esse movimento
nacional de tantas entidades tirou o dia 1º de setembro, início da Semana da
Pátria, Ver.ª Fernanda, como o dia da defesa da Petrobras, da democracia e da
educação, para que não haja redução de recursos para a educação.
Também
participei, em Brasília, da 5ª Marcha das Margaridas. Gostaria de falar da
emoção de milhares de mulheres – 40 mil, 50 mil – que vieram das cinco regiões
brasileiras, com um debate produzido das suas questões e reivindicações para
cada um dos Ministérios da República, Ver. Pujol. Acho que é importante
compartilhar com os senhores que essa marcha, que leva o nome de Margarida
Alves, foi a quinta, em 15 anos. Margarida Alves foi a líder sindical paraibana
assassinada, na porta da sua casa, em 1983, por um matador de aluguel. Três meses antes de morrer, na frente do marido e do filho, em um
discurso de comemoração pelo dia 1° de maio, ela disse que seria melhor morrer
na luta do que morrer de fome. Ver.ª Fernanda, Margarida Alves conseguiu
lutar e entrou com um processo, enquanto estava à frente do seu sindicato, para
garantir direitos trabalhistas no Estado da Paraíba, em plena ditadura militar.
Margarida Alves enfrentou os donos da Usina Tanques, sendo que um dos líderes
do Grupo da Várzea e o seu genro, gerente da usina, foram acusados de serem
mandatários do seu assassinato, em 12 de agosto de 1983 – por isso, a Marcha
das Margaridas é em 12 de agosto.
A
Presidente Dilma recebeu reivindicações na forma de um caderno, que não tenho
como, neste tempo de cinco minutos, compartilhar com os senhores, mas ficará
nos Anais desta Casa. Trata da soberania alimentar, do direito à renda, do
direito à proteção da vida das mulheres, do campo, da cidade, das florestas e
das águas. Foi uma marcha maravilhosa! Eu ainda pude fazer durante a marcha uma
audiência com o Ministro dos Direitos Humanos que se dispôs a construir, Ver.ª
Fernanda, um seminário junto com a Procuradoria da Casa, certamente, com a
Comissão de Direitos Humanos com quem vamos conversar e propor, no início do
ano que vem, em março, no mês da mulher, para fazermos um grande seminário de
capacitação, de qualificação em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos
para fortalecer especialmente as mulheres professoras para trabalharem com as
diferentes discriminações. Uma parceria que será muito importante, sei que a
Comissão de Direitos Humanos está trabalhando muito nesse sentido.
Agradeço
a atenção de todos. Isso ficará nos Anais da Casa e teremos os desdobramentos a
partir da Procuradoria e dos mandatos dos Vereadores.
(Não
revisado pela oradora.)
O Sr. Reginaldo
Pujol (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito uma homenagem póstuma a Sra. Ruth Ferreira, falecida na
data de hoje. Ela é genitora do Flávio Ferreira Presser, nosso bom amigo, que,
por largos anos foi Diretor do Departamento Municipal de Águas e Esgotos, hoje
está na Companhia Rio-Grandense de Saneamento, a quem eu tive a oportunidade de
abraçá-lo no dia de hoje. Assim, requeiro um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Defiro o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, boa tarde a todos e a
todas, venho aqui mais uma vez, nesta tribuna, prestar todo o apoio à luta dos
servidores públicos estaduais, porque afinal estamos vivendo uma situação
extremamente temerária. O povo gaúcho está sendo desrespeitado e os serviços
públicos estão abandonados pelo Governo Estadual. O Governo do Rio Grande do
Sul, comandado por José Ivo Sartori, anunciou o parcelamento dos salários dos
servidores públicos em agosto e já disse que não irá pagar nos próximos meses.
A dívida com a União está asfixiando o Estado e afogando o povo gaúcho. Essa
dívida era inicialmente de cerca de R$ 10 bilhões; até agora já pagamos mais de
R$ 20 bilhões, mas ainda devemos mais de R$ 50 bilhões. Um absurdo! Para onde
está indo todo esse dinheiro do povo gaúcho? Não é possível que sigamos
entregando nossos recursos ao governo federal, para que a Presidente Dilma
repasse aos banqueiros, engordando mais os seus altos lucros. É inaceitável que
o governo faça chantagem com os gaúchos em detrimento do povo, e leve,
consequentemente, o Rio Grande do Sul a um caos social. Professores e
professoras, agentes de segurança pública, funcionários e funcionárias,
aposentados e aposentadas, pensionistas, junto com suas famílias estão pagando
por uma crise que não criaram. Nas escolas precárias, nos postos de saúde e
hospitais, em situação de caos e com insegurança, a comunidade sente a
consequência dos cortes nos recursos de investimentos e de custeio. O Brasil e
o Rio Grande do Sul precisam urgentemente de uma alternativa. Enquanto a base
do governo na Assembleia Legislativa aprova uma Lei de Diretrizes Orçamentárias
que congela o salário dos servidores públicos estaduais até 2016, no momento em
que a inflação mais corrói o poder de compra dos trabalhadores e penaliza as
famílias todo os dias, o governo e sua cúpula continuam recebendo os seus
polpudos salários. “Por quê, Sartori? Parcela o teu salário também.” Em janeiro
deste ano, Sartori sancionou um vergonhoso reajuste de 45,97 ao próprio salário
– passou a receber R$ 22.322,25 por mês. Sancionou também um aumento de 64,22
aos salários de seus secretários, cujos valores atuais são de R$ 18.991,69 por
mês. Sartori pede sacrifício aos trabalhadores, mas não mexe nos seus próprios
privilégios. A saída para a crise não passa pelo sacrifício dos trabalhadores,
ou pelo ataque aos servidores públicos de educação, saúde e segurança que a
população tanto precisa. O sucateamento do funcionalismo tem por objetivo criar
um sentimento favorável na população para promover privatizações na Corsan, na
CEEE, no IPE e a extinção da Fundação Zoobotânica. Para a Bancada do PSOL o
caminho é outro, começa pela suspensão do pagamento da dívida ilegítima do
Estado com a União e sua auditoria. Com essa medida, é possível pagar o funcionalismo
e barrar a entrega do patrimônio para a iniciativa privada. O PSOL apoia e se
solidariza
com os servidores que não aceitam esses ataques do governo estadual e quer: o
pagamento imediato e garantia da integralidade dos salários dos servidores
públicos; suspensão do pagamento da dívida com a União e sua imediata auditoria
– basta de chantagem e agiotagem do Governo Federal com o Estado do Rio Grande
do Sul ; combate à sonegação de impostos e cassação das isenções de ICMS a
grandes empresas; redução, fim dos privilégios dos ricos e dos políticos; e a
construção de uma assembleia geral unificada dos servidores estaduais do Rio
Grande do Sul.
Concluo dizendo que outro capítulo lamentável
foi a posição do Governo Dilma diante da posição do governo de atrasar o
pagamento da dívida para pagar os servidores; em primeiro lugar, sem dúvida, os
servidores públicos estaduais. E, quando o governo decidiu pagar a parcela
atrasada, o governo federal promove uma verdadeira chantagem com o povo gaúcho,
retendo os nossos recursos até atingir o pagamento da parcela mensal dessa
dívida ilegítima e impagável, e, ainda, promovendo uma série de retaliações ao
povo do Rio Grande do Sul. É cada vez mais necessária a auditoria dessa dívida
e, ao mesmo tempo, uma frente social e política para combater a ilegalidade e
garantir que não siga sendo paga com os recursos do nosso povo, com o salário
dos funcionários, com o suor dos trabalhadores do Rio Grande do Sul, com a
precarização dos serviços da saúde, da educação, e com esse absurdo que foi o
parcelamento. E, na medida em que o governo pagou os salários e atrasou a
dívida com a União, nós vimos essa posição verdadeiramente chantagista do
Governo Dilma, que, infelizmente, prejudica ainda mais o nosso povo gaúcho.
Então, deixo registrado aqui o nosso total apoio à luta dos servidores públicos
estaduais.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Paulo Brum):
Obrigada, Ver.ª Fernanda Melchionna.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Caro Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia 10 de agosto,
Eduardo Campos completaria 50 anos, e, hoje dia 13, completa-se um ano que ele
partiu prematuramente em acidente aéreo que vitimou mais seis companheiros, os
quais – junto com Eduardo Campos – percorriam o Brasil propagando projetos
socialistas para o País.
Na mesma data, com intervalo de nove anos, o
PSDB perdeu dois grandes líderes. Há dez anos falecia o nosso líder Miguel
Arraes, avô de Eduardo Campos. O sonho socialista de um Brasil melhor, com um projeto
construído com a sociedade, para a sociedade, com a experiência de quem foi por
cinco anos o melhor Governador do Brasil, foi interrompido de maneira
traumatizante.
O PSB se preparou por muitos anos para oferecer
uma alternativa para o País, um modelo de gestão que pudesse melhorar a vida de
todos os brasileiros e brasileiras e não somente a de uma parcela da população.
Eduardo representava este sonho, e ele dizia que nada é tão poderoso no mundo
como uma ideia cuja oportunidade chegou. Infelizmente, quis o destino que o
Brasil não pudesse viver as ideias de Eduardo Campos, cujo tempo, não há
dúvida, chegou.
Estamos aqui hoje para celebrar estas duas vidas
dedicadas ao povo brasileiro, ao bem comum, à sociedade, à justiça social e à
política de verdade.
Miguel Arraes foi nosso líder, nosso eterno
presidente, nosso maior exemplo de luta pela democracia. Arraes também foi o
maior líder da esquerda brasileira no Nordeste. O Dr. Arraes nasceu em Araripe,
no Ceará; viveu parte de sua vida no Rio de Janeiro, mas foi em Pernambuco que
ele construiu sua vida política e consagrou-se como um exemplo.
Em 13.8.2005, aos 88 anos, no exercício do seu
mandato no Congresso, ele faleceu. A comoção tomou conta de Pernambuco, e
milhares e milhares de pessoas se reuniram em Recife para dar o último adeus a
quem tanto lhe cuidou e protegeu. Foi grande a comoção naquele Estado, naquela
cidade e no Brasil inteiro.
A história do avô seguiu firme correndo nas
veias de Eduardo Campos, um jovem estudioso que entrou na faculdade aos 16 anos
e formou-se em Economia muito cedo. Recusou um convite para um mestrado nos
Estados Unidos para ajudar a eleger o avô Governador de Pernambuco. Eduardo
herdou do seu avô a paixão e a vocação para a política. Teve a oportunidade de
estar ao seu lado e ser o seu chefe de gabinete, e, desde aquele tempo mostrou
o seu pensamento inovador, a sua visão de futuro, carisma, competência,
sabedoria, dedicação e coragem. Filiado ao PSB, Eduardo concorreu pela primeira
vez a Deputado Estadual em 1990 e elegeu-se. E, como poucos na história do Brasil, Eduardo reuniu e
acumulou, ao longo dos seus 49 anos, muitas características que o qualificavam
para ocupar qualquer cargo no País; sua trajetória limpa, transparente e
honrada. Em 2005, com a morte de Arraes, Eduardo assumiu a presidência do PSB.
Começou campanha para Governador do Estado de Pernambuco com apenas 4% de
intenções de votos e foi eleito com 65% dos votos dos pernambucanos. A
dedicação e o vigor de Campos fizeram de Pernambuco um novo Estado: em seu
Governo ele conseguiu reduzir em 39% os homicídios, com o Pacto pela Vida;
gerou emprego e renda a milhares de trabalhadores, através de inventivos
fiscais e de políticas setoriais. O Brasil crescia em ritmo acelerado, mas
Pernambuco crescia ainda mais, e, em 2010, reelegeu-se com 82% dos votos.
Candidato
a Presidente da República, no ano passado, aos que lhe perguntavam: “Vão apoiar
quem no segundo turno?”, ele sempre respondia: “Nós estaremos no segundo turno
e vamos ganhar a eleição.” Não era da boca para fora, ele acreditava nisso.
Para
concluir, por onde passava, Eduardo Campos ganhava a confiança das pessoas. Na
véspera de sua partida prematura, ele disse no Jornal Nacional: “Não vamos
desistir do Brasil. É aqui que nós vamos criar os nossos filhos. É aqui que
temos que criar uma sociedade mais justa e assim o faremos!” Registramos, nesta
data, uma homenagem ao nosso Miguel Arraes e ao nosso querido e eterno líder
Eduardo Campos. Um abraço a todos e obrigado!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores que nos
acompanham: Reginaldo Pujol, Airto Ferronato e Paulo Brum. Embora o plenário
vazio, quero deixar um registro aqui. É claro que todos nós, mesmo os
opositores, estamos sensibilizados com essa crise econômica em que vive o
Estado do Rio Grande do Sul. Ontem, por exemplo, no jornal Zero Hora, na seção
Há 30 Anos, estava reproduzida a capa da edição de 30 anos atrás, e havia uma
reportagem que dizia que o Estado arrecadava menos do que gastava e tinha
dificuldades para pagar os salários. Isso há 30 anos! Então, isso é uma
conjuntura.
Eu digo isso porque alguém tem que
tomar uma posição. É um remédio amargo, há situações de constrangimento; agora,
as pessoas precisam ser ouvidas. Eu entro agora no assunto que eu quero deixar
registrado aqui, que é a questão da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande
do Sul. O Estado tinha uma secretaria de esportes e tinha a Fundação de Esporte
do Rio Grande do Sul; foi fechada a secretaria de esportes, ficou Secretaria de
Turismo, Esporte e Lazer. A Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul –
Fundergs continuou fazendo a política esportiva que o Estado precisa, e custa
só R$ 2 milhões por mês. Eu digo só, porque tem dezenas de órgãos públicos que
vazam dinheiro para todos os lados! Vamos ficar na Companhia Estadual de Silos
e Armazéns – CESA. Nada contra seus funcionários, mas a CESA já vem em crise há
não sei quantos Governos – foi criada quando as pessoas não tinham depósito
para armazenar grãos –, e não se toma uma posição em relação a essa estatal que
jorra dinheiro pelos cantos. A Corag! Desculpem-me os funcionários da Corag,
mas façam um orçamento na Corag para imprimir um livro e façam um orçamento,
por exemplo, na Pallotti, que é uma gráfica top;
é mais barato na Pallotti do que na Corag! A Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR, que sobrepõe o DAER e vice-versa! Aí não se
conversa, não se trocam ideias. Talvez achem que o esporte não
serve para nada, quando o esporte é saúde. Quanto mais pessoas fizerem esporte,
menos teremos pessoas nos postos de saúde! Eu falo com propriedade, porque eu
fui Secretário de Esporte durante cinco anos. Quem passa pelo Ginásio
Tesourinha, aquele gigante de concreto armada, não sabe que tem 1.400 alunos,
90% são da terceira idade, inclusive tem clínica de fisioterapia gratuita ali.
Então, nós criamos, e o PT junto, quando administrou por 16 anos, uma política
esportiva para a cidade de Porto Alegre, a qual eu dei continuidade e avancei.
Agora, vão fechar a Fundação de Esportes do Rio Grande do Sul sem ouvir
ninguém! Já fecharam a Secretaria de Esportes do Rio Grande do Sul, e agora me
contaram que a Secretaria de Educação vai ser um departamento! Mas nós estamos
retrocedendo 50 anos! Uma Fundação de Esportes que se tiver 30 funcionários é
muito.
Então,
segunda-feira, às 17h, para quem quiser, nós vamos fazer um “abraçaço” no
Centro Estadual de Treinamento Esportivo – CETE do Menino Deus. E tomara que o
Professor Garcia, que está se recuperando, possa nos ouvir, porque o Professor
Garcia é responsável pela qualidade que tem o CETE hoje. Ele foi professor e
diretor do CETE, criou a Associação de Usuários do CETE, e tudo isso está
perigando ir por água abaixo. “Ah, tem que fechar órgãos públicos”. Eu também
acho; agora, vai fechar a Fundação de Esporte que pode se autossustentar,
buscando financiamento? Por ser uma fundação, ela pode buscar financiamento,
mas já fecharam a Secretaria de Esportes!
Então,
Presidente, nós não estamos entendendo de que maneira que isso vá acontecer.
Concordo que tenha que ter remédio amargo, concordo que tenha que estancar essa
crise, agora há outros órgãos que dão mais prejuízo e mais despesa ao Governo
do Estado do que a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul. Muito
obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com
aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0249/15 – PROJETO
DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/15, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
altera a o inc. I do caput do art. 4º
e inclui Anexos I e II na Lei Complementar nº 740, de 16 de maio de 2014 – que
institui o Estatuto do Pedestre, cria o Conselho Municipal dos Direitos e dos
Deveres do Pedestre (Consepe), revoga a Lei nº 10.199, de 11 de junho de 2007,
e dá outras providências –, alterada pela Lei Complementar nº 745, de 29 de
outubro de 2014, estabelecendo que, nas faixas de segurança, os retângulos
transversais mais próximos da calçada e do canteiro possuam formato de seta,
contendo dizeres que orientem o pedestre sobre o sentido do trânsito da via a
ser atravessada.
PROC. Nº 1206/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/15, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui a efeméride Setembro Verde no Anexo
da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e
de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no
mês de setembro.
PROC. Nº 1209/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/15, de
autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que inclui a efeméride Dia da Consciência
Animal no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas
Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, no dia 4 de abril.
PROC. Nº 1251/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/15, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Praça Antônio Augusto dos Santos
o logradouro público cadastrado conhecido como Praça 5134 – Loteamento Cidade
de Deus –, localizado nos Bairros Ipanema e Cavalhada.
PROC. Nº 1269/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/15, de
autoria da Verª Séfora Gomes Mota, que obriga as boates, as danceterias, as
casas noturnas, os salões de dança e os estabelecimentos similares a instalarem
bebedouros de água potável em suas dependências internas, em locais sinalizados
e de fácil acesso, para uso gratuito por seus frequentadores. Com Emenda nº 01.
PROC. Nº 1291/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/15, de
autoria do Ver. Clàudio Janta, que institui o programa Consciência Cidadã nas
escolas do Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 1382/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/15, de
autoria da Verª Titi Alvares, que inclui art. 4º-A na Lei nº 11.600, de 8 de
maio de 2014 – que institui, na Rede Municipal de Ensino, em consonância com a
Política Integral de Saúde da Mulher, o Programa de Educação Sexual e
Planejamento Familiar, determina que a Lei nº 8.423, de 28 de dezembro de 1999,
volte a viger tal como foi estabelecida, revoga a Lei nº 9.617, de 27 de
setembro de 2004, e dá outras providências –, determinando a distribuição
gratuita de preservativos masculinos e femininos aos alunos das escolas da Rede
Municipal de Ensino, por meio do Programa de Educação Sexual e Planejamento
Familiar.
PROC. Nº 1455/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/15, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui a efeméride Semana da Primavera de
Ipanema no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas
Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, no mês de outubro.
PROC. Nº 1586/15 – PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 028/15, de
autoria do Ver. Pablo Mendes Ribeiro, que concede a Comenda Porto do Sol à
senhora Maria Eunice Ribas.
PROC. Nº 1611/15 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/15, de
autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que inclui a efeméride Dia do Condutor de
Ambulância no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de
Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e
alterações posteriores, no dia 10 de outubro.
PROC. Nº 1629/15 – PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 029/15, de
autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao major
Leandro Oliveira da Luz.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não há quem queira discutir a Pauta. Está
encerrado o período de Pauta.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h57min.)
* * * * *